Artigo fato ecológico
Influência da Luz e Inundação na Germinação de Dyckia distachya Hassler, uma Bromélia em Vias de Extinção
Manuela B. Wiesbauer1 ; Eliziane Carla Scariot 2, Lorena Lucas Sasaki3 e Ademir Reis4
Introdução
Bromélias constituem um grupo de plantas herbáceas perenes caracteristicamente tolerantes a estresses ambientais. Segundo Benzing [1] a grande maioria das espécies prefere habitats adversos com algum tipo de restrição de luz, água ou minerais, ocorrendo sobre árvores no interior de florestas sombreadas, sobre rochas, em corredeiras, etc, apresentando diferentes adaptações para sobrevivência nestes locais. O gênero Dyckia inclui plantas suculentas capazes de sobreviver em ambientes áridos e expostos à forte ensolação [1]. Algumas espécies, denominadas reofíticas, ocorrem em corredeiras ou sobre margens rochosas de rios, estando sujeitas a grandes variações de umidade permanecendo longos períodos submersas durante as cheias do rio, ou expostas sobre a rocha durante períodos de vazante. Muitas destas espécies são endêmicas de um único rio [2]. A Dyckia distachya Hassler (Fig. 1) foi uma espécie reofítica endêmica da bacia hidrográfica do Rio Uruguai [3]. Devido às políticas de aproveitamento hidrelétrico, a maior parte das populações brasileiras foram extintas, restando apenas algumas touceiras no Salto Yucumã, no Rio Grande do Sul (E.L.H. Giehl, comunicação pessoal), entretanto não se tem informação se estas contituem uma população mínima viável. Além disto, restam algumas poucas populações naturais na margem Argentina do Rio Uruguai [3], e indivíduos conservados ex situ, em viveiros, ou introduzidos na bacia do rio Uruguai, em ambientes onde a espécie não ocorria. Nesse sentido, o presente experimento buscou verificar o comportamento da espécie quanto à germinação, a fim de compreender suas estratégias na natureza e as possíveis limitações no estabelecimento de plântulas. Buscou-se responder as seguintes questões: A germinação ocorre com as