Artigo 21 anos eca a historia de luz
E A HISTÓRIA DE LUZ
Dia 13 de julho de 2011 comemorou-se os 21 anos do Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Profissionais da área foram convidados a debater sobre o ECA; eu estava entre eles. Dentre os Atores Sociais detentores de vários títulos que ali cumpriam o papel da representatividade governamental e da sociedade civil, conheci a professora do ensino fundamental LUZ (nome fictício).
Luz foi à reunião com as próprias pernas. Para ser fiel, Luz foi de bicicleta.
Uma pessoa simples, de fala calma e alma inquieta com assuntos da infância.
Cá com meus botões é uma restaurativista nata, sem saber.
Em sala de aula Luz reverteu uma situação de violência institucional, o que fez por intuição, vocacionada que é.
Fez questão de levar o trabalho ao meu escritório para que eu visse o power point. Crianças entre 11 e 12 anos - alunos de Luz “etiquetados laranjas podres"-, recorrentemente desenham na lousa símbolos fálicos, especificamente o pênis.
Meninos e meninas desenhavam pênis.
O fato estarreceu a todos,
abalados na sua moral subjetiva, quiçá, mal
resolvidos com a própria sexualidade.
Afinal, crianças que desenham pênis devem ser perigosas ou transviadas...
O suficiente para escola endemonizá-los?
Bullying pedagógico?
De se pensar seriamente!
Luz, entretanto, não desistiu da "classe sem solução". Ao contrário. Luz propôs aos alunos uma mudança de paradigma. Estimulou a partir dos desenhos dos pênis, transformá-los noutros desenhos. E assim foi feito: os pênis se tornaram flores, caras, caretas e até bichinhos de estimação.
Luz concluiu que as crianças não eram tão pervertidas assim e ficou feliz.
Os desenhos foram parar numa exposição para educadores da rede de ensino.
Todos aplaudiram, felizes, tal qual aquele comercial da "família doriana" - o da margarina-. E assim a Rede de Atendimento também ficou feliz para sempre.
Essa a história que Luz sentiu vontade de