Artigo 15
Djalma de Jesus Pereira
Rosely Saraiva Furtado
Vera Lúcia Silva de Souza
RESUMO: Este texto apresenta uma contextualização sobre como se cristalizou os resíduos identitários do poema Cobra Norato de Raul Bopp, a partir da narrativa literária de forte apelo popular e cultural estabelecidas pelo autor. A obra Cobra Norato foi uma das mais comprometidas com o antropofagismo, na intenção de resgatar raízes nacionais. O poema dá ênfase ao ritual de devoração das tradições, a junção do universal com o local. As lendas, os mitos e o folclore são ressignificados na construção do poema, à proporção que se cristalizam na transformação de Formas Simples em Formas Literárias. O poeta emprega na obra experiências vividas nas suas viagens pela Amazônia às narrativas colhidas na mentalidade do povo amazonense, entre negros, índios, caboclos, ribeirinhos, resíduos de mentalidade, tornam-se fios simbólicos à tessitura da trama poética. A partir disso questiona-se: Como os sinais identitários de mentalidade se cristalizaram na demanda do Odisseu amazônico, como arquétipo de herói nacional sob os moldes epopeicos?. Os objetivos do trabalho consistem em investigar os resíduos identitários da obra Cobra Norato; identificar os elementos que contribuíram para a cristalização de Forma Simples os resíduos literários no romance Cobra Norato; compreender o mito antropofágico a partir do Odisseu amazônico do personagem central de Cobra Norato; analisar a construção indenitária do Brasil a partir da cristalização da forma simples no poema narrativo Cobra Norato. Após o estudo compreendeu-se que Raul Bopp em várias passagens de “Cobra Norato” trava um diálogo com a tradição cultural, expressando em palavras o valor que atribui as figuras lendárias e aos mitos da floresta, capazes de ajudar na condução narrativa enquanto memória, mas não no sentido de saudade do passado, mas como um registro da