Artesanal
Artesanato: tendências do segmento e oportunidades de negócios Heliana Marinho, Dra.1
Gerente de Desenvolvimento da Economia Criativa Heliana@Sebraerj.com.br Sebrae/RJ Rio de Janeiro Brasil
RESUMO O objetivo deste texto é defender o argumento de que, no mundo globalizado, os núcleos de produção artesanal não representam apenas estratégias de sobrevivência de grupos sociais, marginais ao sistema econômico. As organizações de artesanato são esquemas produtivos diferenciados que sobreviveram, paralelamente, ao processo de industrialização, embora não tenham sido consideradas pela teoria das organizações. A literatura sobre gestão concentrou preocupações nas organizações industriais e nos arranjos empresariais. Conclui-se que, na atualidade, para se manterem como esquemas produtivos diferenciados, as organizações de artesanato enfrentam um dilema: devem manter o distanciamento que as preservou ao longo do tempo e, simultaneamente, devem estar sintonizadas aos sistemas de informação, associando-se a outros veículos econômicos, como turismo, cultura, moda, decoração e tecnologia. A produção deverá ser temática, criativa, com identidade territorial e sustentável pelo manejo de matéria-prima local. 1. INTRODUÇÃO Os processos mundiais de realinhamento das relações entre os setores público e privado, bem como os questionamentos do papel do terceiro setor, têm impulsionado mudanças significativas nas formas de organização da sociedade e dos sistemas de produção e consumo. Como reflexo deste movimento pendular, percebem-se, na atualidade, tendências a uma significativa flexibilidade das funções mais tradicionais dos segmentos governamentais e econômico-sociais. Tal circunstância favorece que entes públicos e privados, Estado e sociedade, mercado e consumo passem por um amalgamento político e institucional, com a redefinição, ainda que imprecisa, de suas competências históricas. A transformação em curso exige das organizações uma atualização estratégica para assumir