Pesca artesanal
Cerca de 48% da população da Costa do Dendê se concentra na faixa considerada como beira mar, e a pesca e a mariscagem são atividades importante do ponto de vista econômico, social e cultural. A atividade de pesca extrativa marítima, continental e estuarina geram aproximadamente 1.800 mil empregos diretos e cerca de oito mil pessoas que dependem direta ou indiretamente do setor. Muitos estudiosos já dedicaram seu tempo ao estudo das populações litorâneas brasileiras, ricas em tradições culturais seculares que surgiram através do contato dessas populações com a pesca marítima que, no Brasil, não é muito abundante.
O que toda essa riqueza cultural e importância sócia econômica nem sempre deixa à mostra é que a pesca sempre teve que se adaptar à baixa produtividade pesqueira da costa leste do nordeste brasileiro, determinada por fenômenos naturais incontroláveis, proximidade com a linha do Equador, correntes quentes com baixo teor de nutrientes, cardumes de valor comercial reolificos (migratórios) etc. Para piorar essa realidade, os estoques marinhos pesqueiros brasileiros vêm sendo superexplorados há décadas, e os pescadores, artesanais ou industriais, encontram dificuldades para manter os lucros da pesca no litoral brasileiro.
Salvo alguns pontos de maior produção, os pescadores artesanais, de uma forma geral, têm que se adaptar como podem às condições ambientais de baixa produção pesqueira. E o fazem muito bem, resultando em uma enorme riqueza de invenções e adaptações. A diversidade é impressionante, cada estado tem uma adaptação diferente, mas em geral o que podemos dizer é que o pescador artesanal usa embarcação de pequeno porte, sem motor, geralmente a remo ou vela. Esses pescadores usam rede de malhar, rede de arrasto, linhas de mão, armadilhas como covos de diferentes materiais é que a criatividade deles é enorme. Além disto, à pesca artesanal é muito dinâmica e tem raízes