Arte e improvisação
Relatório/Avaliação
Dourados – MS
2014
1. IMPROVISAÇÃO: O SOPRO DE VIDA DA ARTE CÊNICA
“Partimos do principio de que a improvisação é o elemento constituinte da vida teatral [...] a improvisação continua sendo o seu sopro de vida”. (Chacra, 2007, p. 39,40) Pode-se dizer que assim como Deus soprou o folego de vida na matéria bruta que era adão, a improvisação veio para soprar sobre a arte o folego que anima a sua matéria.
“Todas as formas de artes tiveram uma de suas origens na improvisação” (Chacra, 2007, p.24). Ao compartilhar da ideia de Chacra entende-se que o improviso é o elemento fundamental, de forma que o mesmo se encontra na formação e no levantamento da obra cênica, no pulsar do personagem e no relacionamento interpessoal do espectador com o ator. Deste modo pode-se afirmar que o teatro não só nasceu da improvisação, mas a improvisação está presente em todo o ato teatral, com maior ou menor grau de intensidade. “Porém, não se separa da improvisação como o recém-nascido se separa do corpo da mãe. Não há o corte do cordão umbilical. O Teatro continua se alimentando e respirando através dela e com ela” (Chacra, 2007, p.39,40).
Nesse sentido, a improvisação pode ser considerada como um elemento inerente da arte, a fim de fazer os órgãos do teatro funcionar, assim como a vida é no homem.
2. A CAPACIDADE DE IMPROVISAR
O compor sem preparo, o preparar de repente, aquele posicionamento inesperado diante de necessidades, o feito brotado demonstra a capacidade espontânea e criadora do Homem que deriva de sua necessidade de simbolização que é um produto de sua mente, ou seja, o homem tem como característica biológica a espontaneidade. “O mundo biológico é o mundo da espontaneidade”. ( Chacra, 2007, p. 41) A abordagem anterior sobre a espontaneidade se dá, porque segundo Chacra (2007, p.45) “A improvisação teatral é fundada na espontaneidade como