Resenha a partir do livro
A improvisação existe desde que existe o teatro e é concebida com a gênese da arte dramática. Desde as dionisíacas até o teatro formalizado dos dias de hoje, há caráter improvisacional, seja ele evidente ou não.
Apesar da tragédia grega ter um caráter formalizado, ainda assim, a improvisação estava presente nas ruas da Magna Grécia e também em Roma com o gênero popular: as farsas, saltimbancos, atelana (que daria vazão para o surgimento da Commedia dell’arte.
A Commedia dell’arte é um gênero surgido na Itália por volta de XVI, como a arte do ator. O ator tinha que dispor de um treinamento intenso para ter ferramentas para usar nas apresentações, que eram improvisadas, apenas com uma linha dramatúrgica e com os estereótipos dos personagens.
Por motivos de perda de caráter improvisacional, esse tipo de teatro some por volta do século XVIII. Goldoni e Molliere tentam resgatar com suas comédias, e Stanislavski propõe um treino de ator a partir de improvisação, que se torna um dos meios mais poderosos para mobilizar o ator e o público.
A improvisação teatral, esse fenômeno efêmero, apresenta um caráter de momentaneidade que só podemos viver com o teatro, dado pela espontaneidade. Há dois tipos de espontaneidade: a instintiva e a criativa. A instintiva acolhe os reflexos, o comportamento biológico, funcionamento fisiológico, etc. Já o criativo, apesar de precisar diretamente da espontaneidade criativa pra existir, apresenta a necessidade de criar símbolos, mais psíquica, mais complexa e que só é possível para o humano. “A improvisação teatral é fundada na espontaneidade, como fenômeno psicológico e estético.”
O texto teatral, além de um conjunto de palavras da narrativa propriamente dita, é uma codificação sígnica. A junção da palavra, do o gesto, dos movimentos, da respiração, da atmosfera, se torna dramaturgia pelo caráter simbólico na forma de