arte povera
Arte Povera
Os anos 60
“A Terra é azul!”, disse Yuri Gagarin, o cosmonauta russo, primeiro homem a olhá-la do espaço, em 1961. E assim acrescentou mais uma cor ao imaginário de milhares de jovens de um planeta que, visto do chão, parecia ser apenas branco e preto. Lugar onde não havia espaço para diversidades. Um mundo baseado em dois opostos, no qual se era comunista e limitava se ao que havia ou era se capitalista e defendia se a democracia e o liberalismo. A frase de
Gagarin ajudou a instigar a cabeça dos jovens que, no início da década de 60, sonhavam com um mundo novo.
Mal começou a década de 60 e a Guerra Fria só se intensificou, com o estabelecimento de uma espécie de “equilíbrio do terror” entre o bloco comunista e o capitalista. O maior símbolo físico e ideológico da divisão política entre o comunismo e o capitalismo foi a construção do Muro de Berlim em
1961. E as coisas continuaram a piorar. O jovem e carismático presidente americano, John Fitzgerald Kennedy, que inflamava multidões com seus discursos sobre um mundo próspero e melhor, foi assassinado em 1963. Dois anos depois, os Estados Unidos enviaram tropas para a Guerra do Vietnã a fim de evitar o avanço comunista.
Acontecimentos que fizeram os jovens adotarem uma postura bem menos romântica e inocente na segunda metade da década. Surgiu em 1967, na
Califórnia, a contracultura hippie. Manifestação que logo ganhou a adesão de jovens de todo o mundo e se somou aos protestos estudantis de maio de 1968, na Europa. E apesar de várias bandeiras políticas erguidas pelos jovens daquela época não terem sido conquistadas (como o fim das guerras, do racismo, do capitalismo, do imperialismo, do preconceito contra homossexuais, entre outras coisas), os efeitos daquela revolução comportamental e cultural foram inegáveis.
Na década de 60, o enriquecimento económico era, como hoje, a prioridade das nações, mas a industrialização entrou a partir daí numa nova