Arte Povera
As obras da Arte Povera expressavam oposição a elementos da modernidade, interpretados como responsáveis por uma sociedade consumista e agentes destruidores do senso de memória e traços do passado.
Artistas desse movimento também mantinham restrições aos aspectos tecnológicos e o racionalismo científico que eles consideravam presentes no Minimalismo. Assim, eles procuravam criar obras cobertas por uma atmosfera misteriosa, marcadas por contrastes e justaposições entre o novo e o velho, o natural e o industrializado.
O uso de materiais “pobres” era também uma reação às pinturas abstratas – hegemônicas no cenário artístico dos anos 1950 e 1960- que na visão dos artistas da Arte Povera expressavam uma visão muito individualista além de permanecerem presas a tradições artísticas.
As obras da Arte Povera, ao apresentar materiais ditos “pobres”, procurava uma aproximação entre a arte e a vida cotidiana. Outra característica de algumas dessas obras era a incorporação de propriedades físicas dos materiais, como a oxidação do metal ou apodrecimento de vegetais, evidenciando oposições entre o eterno e o efêmero.
Em 1967 o crítico de arte Germano Celant usou pela primeira vez o termo Arte Povera para descrever um grupo de artistas italianos. Trabalhos como “Floor Tautology” de Luciano Favro -em que um chão comum após ter sido encerado permanece coberto por folhas jornais com o objetivo de manter o ato de limpeza- ou “Cubic Meters of Earth” de Pino Pascali – em que formas sólidas feitas de terra evidencia o natural e sujo transformado em linhas limpas e artificiais.
No manifesto “Arte Povera: Notes for a Guerilla War” Celant inclui os seguintes artistas no movimento: Alighiero Boetti, Luciano Fabro, Jannis