Arte paleocristã
A música litúrgica era organizada em cada região de forma diferente e própria: São Efrém, em Bizâncio, organizou os cantos litúrgicos e criou novos hinos estróficos; Santo Ambrósio fez o mesmo em Milão, dando nova organização musical às festas do ano litúrgico e sistematizando os quatro primeiros modos - escalas musicais - eclesiásticos; São Hilário e São Isidoro, em Poitiers e Sevilha, respectivamente, também organizaram à sua maneira os cantos religiosos.
Quando Gregório Magno se tornou Papa, de 590 a 604, teve uma importante preocupação: unificar a música cristã que estava muito diversificada nos diferentes locais. Selecionou os melhores cantos, acrescentou novos hinos, sistematizou-os de acordo com as festas do ano litúrgico e codificou tudo isso em dois livros que prendeu, simbolicamente, em correntes num altar na Igreja de São Pedro, em Roma. Estes livros eram o Antiphonarium e o Cantatorium.
Gregório Magno reformou ainda a Schola Cantorum, onde os padres e missionários aprendiam a música religiosa católica - símbolo uniforme da fé cristã -, que deveria ser levada a todos os lugares do mundo, expressando a palavra de Deus.
O cantochão* passou a denominar-se Canto Gregoriano em homenagem ao Papa Gregório Magno a quem é atribuída sua organização.
Até o ano 1000, a arte expressava de modo predominante, sentimentos religiosos.
*Cantochão
Cantochão é a denominação aplicada à prática monofônica de canto utilizada nas liturgias cristãs, originalmente desacompanhada. Historicamente, diversas formas de rito cristãos – como a Moçárabe; Ambrosiana ou Gregoriana – organizaram a música utilizada em repertórios, a partir daí intitulados a partir do rito do qual fizéssem parte: Canto Gregoriano; Canto Moçárabe e Canto Ambrosiano, por exemplo. Formadas principalmente por intervalos próximos como segundas e terças, melodias do cantochão se desenvolvem suavemente, sendo o ritmo baseado na prosódia dos textos em latim.