Arquitetura
INTRODUÇÃO A arquitetura contemporânea desempenha um papel muito delicado. De um lado, temos uma sociedade de consumo, valorizando aspectos secundários e descartáveis da arquitetura de efeito. Mas a arquitetura exige tempo. Afinal, o território da memória, da história, não é só o da função. Portanto, o arquiteto de nossos dias deve ser um profissional que seja um misto de filósofo e historiador. Em síntese, ele deve saber interpretar os novos sonhos e desejos do ser humano com imaginação, ética e criatividade.
No início dos anos 70, Mario Botta assombrou, com sua obra, os apreciadores da arquitetura de todo o mundo. Com o fim do modernismo e o avanço do pós-moderno, os trabalhos de Botta jogaram luz sobre os possíveis rumos da arquitetura. O arquiteto acabou se tornando uma celebridade, com projetos espalhados por diversos países e monografias publicadas sobre sua obra.
Mantendo-se fiel ao Modernismo, cujas lições basilares de valor universal e atemporal ensina – em cenas muito bonitas – aos alunos da FAUUSP desde 1960, Paulo Mendes da Rocha apreende os conceitos estabelecidos por aqueles que foram seus mestres, e a partir deles elabora sua arquitetura.
Na verdade, pertence a uma geração já identificada ao Movimento Moderno, dentro das faculdades, entre o sistematizado e o institucionalizado, onde circulam as predileções e o entusiasmo por certos artistas. 1. MARIO BOTTA 1.1. BIOGRAFIA O arquiteto suíço Mario Botta nasceu em Mendrisio, Ticino, em 1 de abril de 1943. Iniciou sua carreira no ano de 1953, como projetista com os arquitetos Luigi Carmenisch e Tita Carloni, em Lugano. De 1961 a 1964 freqüentou a Escola de Arte de Milão. A primeira casa desenhada por ele, a Casa Paroquial de Genestrerio (1961 – 1963), foi projetada quando ele tinha apenas dezoito anos de idade.
Em 1964 estudou com Carlo Scarpa e o historiador de arte Giuseppe Mazzariol no Instituto Universitário de Arquitetura de Veneza. Em 1965 trabalhou com Julián de