Argumentos em lógica
Eduardo O C Chaves
Conceituação de Argumento
Um argumento é um conjunto de enunciados -- mas não um conjunto qualquer de enunciados. Num argumento os enunciados têm que ter uma certa relação entre si e é necessário que um deles seja apresentado como uma tese, ou uma conclusão, e os demais como justificativa da tese, ou premissas para a conclusão. Normalmente argumentos são utilizados para provar ou disprovar algum enunciado ou para convencer alguém da verdade ou da falsidade de um enunciado.
Assim sendo, o seguinte conjunto de enunciados não é, na realidade, um argumento:
1. Todos os metais se dilatam com o calor
2. Todas os meses há pelo menos quatro domingos
3. Logo, a UNICAMP é uma boa universidade.
Neste caso, embora todos os enunciados sejam (pelo menos à primeira vista) verdadeiros, e embora eles se disponham numa forma geralmente associada com a de um argumento (premissa 1, premissa 2, e conclusão, precedida por "logo"), não temos um argumento porque os enunciados não têm a menor relação entre si. Não devemos sequer afirmar que temos um argumento inválido aqui, porque mesmo num argumento inválido as premissas e a conclusão precisam ter uma certa relação entre si.
Por outro lado, o seguinte é um argumento:
4. Todos os homens são mortais
5. Sócrates é homem
6. Logo, Sócrates é mortal.
Neste caso, temos um argumento válido, em que todas as premissas são verdadeiras e a conclusão também -- ou pelo menos assim parecem à primeira vista.
A Forma de um Argumento
Argumentos têm uma certa forma ou estrutura. O argumento constituído pelo conjunto de enunciados (2) tem a seguinte forma:
7. Todos os x são y
8. z é x
9. Logo, z é y.
Imaginemos o seguinte argumento, que tem a mesma forma do argumento constituído pelo conjunto de enunciados 4-6:
10. Todos os homens são analfabetos
11. Raquel de Queiroz é homem
12. Logo, Raquel de Queiroz é analfabeta.
Este argumento, diferentemente do argumento constituído pelos