Aprendendo a ser gerente
A arte da gerência envolve aspectos científicos e racionais. Porém, é preciso inserir uma face de impresivibilidade e interação humana, o que confere ao exercício da gestão uma dimensão ilógica, intuitiva.
Cecilia Andrade Pereira
A partir da constatação de que a preparação psicológica é essencial para garantir maior desempenho de atletas, somada à dedicação, treinamento intensivo, simulações adequadas e aptidão, fui convidada para preparar a equipe de pára-quedismo que pretendia vencer o campeonato brasileiro de 1995. Naquele momento, eu não sabia o quanto aprenderia com essa experiência e o quanto enriqueceria o meu trabalho de desenvolvimento de líderes e gestores nas organizações: a empresa aprende com o esporte e o esporte aprende com a empresa.
Utilizando metodologias voltadas para o desenvolvimento humano e de equipes, o meu principal desafio era fornecer ferramentas aos técnicos e ao time que propiciassem: estabelecer um objetivo compartilhado por todos; alinhar os objetivos individuais; criar um sentido de unidade, comprometimento e sinergia; administrar conflitos; estabelecer diálogos francos; lidar com diferentes papéis; e estimular a motivação e imagens mentais de sucesso e positividade.
O treinamento técnicos dos atletas foi desenvolvido por Jack Jefferies (EUA) e Luis Rogério Martinati, que também fazia parte da equipe como atleta. Luis Rogério é um dos pára-quedistas mais experientes do Brasil. Com mais de 4.200 saltos, foi mais de 20 vezes campeão na modalidade “FQL” (figuras formadas em 35 segundos em queda livre, numa velocidade de 200 km por hora, utilizando uma sofisticada engenharia de salto) em diversos campeonatos com equipes de 4, 8 e 12 integrantes. Seu último feito foi a formação de 65 pára-quedistas brasileiros em queda livre na cidade de Deland, nos Estados Unidos, em abril passado.
O esporte oferece a oportunidade da compreensão da dinâmica dos negócios e da vida. Um grupo de