Apontamento
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O discurso político que enfatizava a moral e os bons costumes vinha associado a ideias conservadoras. Defendê-los era defender valores sedimentados na sociedade, tidos como essenciais à manutenção da ordem estabelecida.
Os que abraçavam ideias progressistas ou de mudança social tendiam a entender essa ênfase como um moralismo antiquado, sem muito propósito e, especialmente, como uma forma de controle ideológico da contestação
Essa polarização deixava pouco espaço para se pensar a ética como uma importante dimensão da existência humana.
Pode-se dizer que as sociedades contemporâneas, têm demonstrado uma inédita abertura para refletir seriamente sobre os pressupostos éticos da ação humana, problematizando, dessa maneira, seus costumes, regras formais e práticas informais.
Assiste-se hoje a uma forte preocupação com a dimensão ética da vida social em todos os campos, especialmente na interação entre economia e política, e no exercício das funções públicas.
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A ideia de moralidade como sinônimo de postura conservadora foi propagada por muito tempo em nosso país, ocasionando certa confusão.
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Um dos maiores desafios contemporâneos é justamente o questionamento dos valores, em especial, aqueles que regulam as relações entre os homens.
O cidadão busca refúgio nos princípios e nos valores morais para fundamentar ou justificar suas ações perante a sociedade.
O Estado deve estar apto e municiado com ações efetivas para responder às demandas originadas das inquietudes morais da sociedade a que serve.
O questionamento da dimensão ética que circunda as atribuições do servidor público é um requisito primordial para uma atuação qualitativa.
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Clivagem moral é a percepção não só do aspecto exterior da ação, mas da intenção propulsora desta ação, que se refere à consciência do agente.
A moral orientava que, em uma relação entre duas consciências, o outro não deve ser usado como um meio para se atingir um objetivo