APOLOGIA SOCRATES
O texto é apresentado como forma de diálogo entre Sócrates e seus acusadores, Meleto em especial. O começo é constituído de sua defesa e podemos acompanhar o filósofo e Meleto discutindo sobre o que foi feito de errado e pelo réu, enquanto esse tenta argumentar de forma contrária, expondo a contradição de seus acusadores. A escolha de Sócrates é sempre pela verdade e pelo discurso ético. Sem aceitar renunciar tudo o que já ensinou e deixando claro o quanto seus interlocutores estão equivocados, aceita a morte no lugar de desvirtuar seus conceitos e viver conforme as leis corrompidas que insistem em o punir.
Na primeira parte, Sócrates analisa e contesta as acusações sobre ele, apresentando sua vida e procurando nós mostrar o verdadeiro significado de sua "missão". Onde no texto diz “Não tenho outra ocupação senão a de vos persuadir a todos, tanto velhos como novos, de que cuideis menos de vossos corpos e de vossos bens do que da perfeição de vossas almas, e a vos dizer que a virtude não provém da riqueza, mas sim que é a virtude que traz a riqueza ou qualquer outra coisa útil aos homens, quer na vida pública quer na vida privada. Se, dizendo isso, eu estou a corromper a juventude, tanto pior; mas, se alguém afirmar que digo outra coisa, mente".
Em outro momento de sua defesa, Sócrates dialoga com um de seus acusadores, Meleto, deixando-o embaraçado quanto ao significado da acusação que lhe atribuíram, no caso de "corromper a juventude". Demonstra que estava sendo acusado por Meleto de algo que o próprio Meleto não sabia bem explicar o que era, já que não conseguia definir com clareza o que era bom e o que era mau para os jovens.
Em nenhum momento de sua defesa, Sócrates apela para a bajulação ou tenta captar a misericórdia daqueles que o julgavam. Sua linguagem é calma, linguagem de quem fala em nome da própria consciência e não reconhece em si mesmo nenhuma culpa. Chega a justificar o tom de sua autodefesa: "Parece-me não ser justo rogar