Apologia de socrates
Verdade versus Persuasão:
O discurso de Sócrates inicia-se com uma distinção feita entre dois conceitos: persuasão e verdade.
Persuasão é uma estratégia de comunicação que consiste em levar os interlocutores a aceitar determinadas ideias ou atitudes. Assim, persuadir alguém é levar esse alguém a acreditar numa ideia, seja esta verdadeira ou não, legítima ou ilegítima.
Sócrates, por sua vez, não concorda com a persuasão, sendo que considera que um filósofo não utiliza esta técnica. Contudo, este admite utilizar a persuasão em certos momentos do julgamento.
A verdade, por outro lado, é aquilo que está de acordo com os factos e com a realidade, o retrato fiel de determinados acontecimentos. Dizer a verdade é algo que
Sócrates faz pois considera que fugir à verdade é uma atitude vergonhosa.
Sócrates deixa claro que os seus acusadores utilizaram a persuasão para levar os juízes a acreditar neles, utilizando a eloquência, e anuncia que não vai utilizar a mesma técnica, que se vai limitar a dizer a verdade, usando as suas palavras naturais.
Diferença entre Sócrates e os sofistas:
Um sofista era um sábio, alguém que possuía conhecimentos em diversos ramos do saber e dedicava-se à sofística.
A sofística tinha objetivos práticos (visava a ação) e tinha como propósito educar os jovens para a disputa política e jurídica. Os sofistas eram conhecidos por se preocuparem mais com a forma, o modo como se diz, do que com o conteúdo, aquilo que, de facto, se diz, captando, então, a atenção de um auditório sem lhes transmitir um saber. Através da sofística, a retórica rapidamente se transformou numa técnica de embelezar o discurso, recorrendo a figuras de estilo e jogos de palavras, para mais facilmente convencer um auditório, sem necessariamente lhe transmitir a verdade. Com isto, a sofística transformou-se numa ara de conquista de poder na cidade, pela manipulação da linguagem e das opiniões.
Para além disso, a sofística tinha uma