Apocalípticos e integrados - umberto eco - resenha
Realizou-se uma mesa redonda de discussão sobre o tema “influências recíprocas entre Cinema e TV”, com a presença de homens de cultura: estudiosos, críticos de televisão, artistas e educadores. Considerações e assertivas sobre o que foi discutido, acordado ou divergido nesta mesa de debate, estão apresentadas por Umberto Eco no capítulo “Apontamentos sobre a Televisão”, que é subdivido em tópicos temáticos, dos quais me aproveitarei para melhor organizar a minha resenha. Que se segue: * Transmissão direta e influência sobre o filme
O cinema habituou os seus telespectadores a uma narrativa concatenada e direta, com passagens necessárias para o desenrolar da história; apresenta conflitos, tensão e crise, que culminam em um final de paz. Ao surgir a transmissão direta televisional, com os fatos sendo transmitidos ao vivo, onde o editor tem o dever de concatenar informações que deixem o espectador a par da história, mas que lhe pareça estar assistindo o fato presente. Após um período de habituação, o cinema trouxe um novo tipo de narrativa, onde fatos insignificantes para o seguimento da história surgem, visando apontar significados ou ausências de significados nos eventos cotidianos. Após algumas divergências sobre os fatos, chegou-se à conclusão de que a transmissão não é, de fato, tão direta, visto que passa por uma prévia edição e reflete a visão do editor. Conclui-se então, que o cinema e a TV, e suas respectivas transmissões estão constantemente sendo modificadas, e a mudança significativa que atinge determinado nível de cultura, pode atingir o outro tantos decênios depois; o que não necessariamente indica relação. * Comunicação e Expressão
Iniciou-se esta etapa da conversa definindo que o cinema permite exprimir, com todas as conotações estéticas possíveis e a televisão permite, quando muito, comunicar, não sendo um fato estético. Apesar de a televisão ser um fenômeno sociológico, surgiu capaz de criar gostos,