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3882 palavras
16 páginas
Apocalípticos e Integrados: sobre como transformar o pensamento e rever o presenteResenha de Leandro Raphael de Paula1
Obra fundamental para os cursos de Comunicação Social, “Apocalípticos e Integrados” é uma reunião de ensaios sobre cultura de massa do autor italiano Umberto Eco (2006). Nessa obra ele desmistifica boa parte dos preconceitos mais comuns sobre coisas também bastante ordinárias em nosso cotidiano, como a televisão, a música pop e os quadrinhos. Contudo, a nossa perspectiva sobre esse livro começará com um pouco sobre o Mediterrâneo.
Embora o continente africano seja o berço dos primeiros hominídeos é a margem europeia do Mar Mediterrâneo que se concebe como o lugar de nascimento da cultura, ou pelo menos é assim que nós ocidentais costumamos, erroneamente, pensar. Naturalizamos essa ideia, porque ali surgiram as mais importantes civilizações para o ocidente, a grega e a romana, às quais, justiça seja feita, devemos o pensamento filosófico, o direito, a democracia, a arquitetura etc., ou seja, um enorme arcabouço de elementos culturais com tudo que de bom e de ruim que ele nos trouxe.
Outro marco histórico mediterrâneo a destacar é o Renascimento Italiano, momento no qual não se podia ainda diferenciar ciência, filosofia e arte, e, em que, boa parte do conhecimento científico desenvolveu-se como conhecimento artístico. É ali e nessa época que o arquiteto Filippo Brunelleschi retoma o sistema da perspectiva, método que permitiu a ilusão de tridimensionalidade na pintura, a teorização desse sistema é atribuída ao também arquiteto Leon Battista Alberti. Conhecida desde a Antiguidade Clássica, a perspectiva é retomada no Renascimento como o único sistema, no que se entendeu depois como teoria das proporções. “O sistema perspéctico do Quatrocentos é, pois, à redução a unidade de todos os modos de visão possíveis: o ponto de localização ideal é o frontal” (ARGAN, 2003, p. 132).
O que se inicia como uma aplicação visual das leis da geometria