APLICAÇÕES DA ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO PRÓXIMO (NIR) EM ANÁLISES DE ALIMENTOS
1. Introdução
Situada depois da região do visível, a região espectral do infravermelho abrange a radiação com números de onda no intervalo de aproximadamente 12.800 a 10 cm-1 ou comprimento de onda de 780 a 100.000 nm. Esta região é dividida em três faixas: radiação do infravermelho próximo, o NIR (near infrared) compreendendo 12.800 a 4.000 cm-1; radiação no infravermelho médio, o MIR (middle infrared) compreendendo de 4.000 a 200 cm-1; e a radiação no infravermelho distante, o FIR (far infrared) compreendendo 200 a 10 cm-1(VALDERRAMA, 2005).
A espectroscopia no infravermelho próximo é consagrada desde o início da década de 60 (BORIN, 2003). Entretanto, pelo fato das bandas serem harmônicas e de combinação, a absorção na região do infravermelho próximo é 10 a 100 vezes menos intensa que no infravermelho médio. Além disso, existem combinações e forte sobreposição das bandas, fazendo com que os espectros de infravermelho próximo sejam de difícil interpretação, o que deixou a técnica NIRS no esquecimento por algum tempo (WORKMAN, 1996).
A descoberta da espectroscopia no infravermelho próximo é atribuída a William Hershel e o seu clássico experimento de medida da temperatura de diferentes regiões de um feixe de luz previamente dispersado por um prisma e projetado sobre um anteparo. Surpreendentemente, Hershel obteve a temperatura mais alta para uma região não visível localizada imediatamente ao lado da radiação de cor vermelha (GONZAGA, 2006).
O trabalho pioneiro envolvendo exploração analítica na região do espectro NIR, datada de 1938, verificava a determinação de água em gelatina. Em seguida, Barchewitz foi o primeiro a aplicar a espectroscopia NIR para a determinação de combustível. Inicialmente, visavam encontrar um comprimento de onda para aplicar a Lei de Lambert e Beer na determinação quantitativa. Esta idéia foi abandonada depois que Karl Norris reportou a adoção de