Aplicando os conceitos
No entanto, percebemos que a escola, através de seus docentes, tem ignorado conhecimentos e experiências dos grupos cujos padrões culturais não correspondem aos impostos pela cultura ocidental hegemônica, pois a instituição escolar parece ter dificuldade em reconhecer que grande parte da população não se enquadra nos parâmetros determinados por uma concepção universalista de cultura. Por tudo, não é raro observarmos que os alunos apresentem resistência em relação à escola, porque, muitas vezes, seus valores e saberes não são aceitos e nem valorizados dentro desse contexto. Entendendo que todas as culturas têm valor e podem contribuir para enriquecer o processo de construção do conhecimento, acreditamos que a Educação deveria assumir uma perspectiva intercultural, pois esta se apresenta como uma possibilidade de se compreender a complexidade das interações humanas, criando condições para que haja crescimento de todos os sujeitos e grupos aos quais pertencem, promovendo mudanças profundas na educação.
Relacionando-se ao processo educacional, compreendemos que é parte integrante de um contexto social mais amplo, atravessado pelas categorias de etnia, gênero, identidade, enfim, pela diversidade de formas de manifestação cultural, e que devem assim ser tratados, visto que a cultura não é um poder, algo onde os acontecimentos se dão casualmente, mas numa relação de trocas constantes para a construção de identidades