Análise texto: Ser doente, ter uma doença
O texto trata de atitudes médico-paciente que podem ser trazidas das representações que o médico faz para si mesmo do paciente, da doença, e, sobretudo de seu próprio estatuto, de suas funções e competências, e sobre o modo de acolher as reações dos pacientes que são acometidos de doenças crônicas.
As reações encontradas entre médicos e pacientes não são conhecidas previamente, pois cada um em cada momento da vida tem uma maneira de reagir a determinada situação. O primeiro traz sempre imagem de avaliador e é observado em todas suas pequenas atitudes pelos outros atores da relação.
O médico, sábio, divulga uma parte dele para os menos sábios, e os pacientes recebem e dependem dos benefícios desses ensinamentos. Porém nem todos sabem tudo. As atitudes encontradas e as doenças propriamente ditas, não são as mesmas para todas pessoas, sendo que o médico pode se encontrar em uma posição desagradável: a doença não é repertoriada de modo adequado na nomenclatura médica; o/a paciente não é conforme deveria ser; o paciente deseja curar-se de uma doença, mais ou menos dramática, e para o qual ele/ela encontra benefícios secundários aos quais ele/ela não quer renunciar.
Além disso, entre os próprios sábios se tem uma variedade de concepções a partir de um mesmo tema, o que causa debate entre os profissionais da saúde.
A relação médico-paciente é uma relação de poder, onde o médico tem a chave do saber, porém os pacientes não respeitam a risca as prescrições seja de produtos ou regras, e para que aconteça o contrário o médico deve usar convicção, persuasão.
O médico trata a doença a fim de interrompê-la, retardar sua evolução ou restringir determinados efeitos. Mas isso compõe um ser, e não somente um ato médico. E o paciente demanda cuidados, remédios, para o sofrimento.
É importante saber que para cada doença nomeada o verbo ‘’ter’’ ou ‘’ser’’ a doença, pode-se trazer grande distinção. Onde ‘’ser’’ está na identidade do cidadão, e