Análise Mercadológica de uma Empresa
João Mattar Neto. curso online - Universidade Anhembi Morumbi.
Empresas não são simples agregados de indivíduos, pois envolvem decisões, responsabilidades, compromissos, relacionamentos e objetivos, possuindo assim características de pessoas. Neste sentido, podem ser consideradas agentes morais e avaliadas eticamente. Mas até onde se estende a responsabilidade social das empresas?
Uma visão mais estreita defende que a empresa praticamente não tem responsabilidade social.
Um artigo paradigmático dessa posição é “The Social Responsibility of Business is to Increase its Profits” (A Responsabilidade Social da Empresa é aumentar seus Lucros), de Milton Friedman[1]. O critério de avaliação das empresas deveria estar focado exclusivamente na maximização dos lucros, objetivo principal das organizações capitalistas. Assim, deveríamos pensar exclusivamente na responsabilidade da empresa para com seus acionistas (stockholders). Na visão de Friedman, ganhador do prêmio Nobel da Economia em 1962, se as empresas lucrativas pagarem seus impostos corretamente, já estarão agindo com responsabilidade social. O papel de investimento social deveria ficar reservado ao governo, às empresas sem fins lucrativos e aos indivíduos. Para que a empresa lucrativa possa investir em programas sociais, segundo o economista, teria de aumentar seus preços ou sofrer redução nos seus lucros.
No primeiro caso, a sociedade seria diretamente prejudicada. No segundo caso, a empresa teria menos funcionários do que poderia ter se não tivesse feito os investimentos sociais, e assim a sociedade seria novamente prejudicada, indiretamente. Portanto, a responsabilidade social das empresas lucrativas não seria vantajosa nem para as próprias empresas, nem para a sociedade.
Nas últimas décadas, constituiu-se uma noção mais ampla de responsabilidade social das organizações capitalistas, que enfatiza os valores dos stakeholders. Os