Análise do poema nevoeiro

712 palavras 3 páginas
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra, Define com perfil e ser Este fulgor baço da terra Que é Portugal a entristecerBrilho sem luz e sem arder, Como o que o fogo-fátuo encerra. Ninguém sabe que coisa quer. Ninguém conhece que alma tem, Nem o que é mal nem o que é bem. (Que ânsia distante perto chora?) Tudo é incerto e derradeiro. Tudo é disperso, nada é inteiro. Ó Portugal, hoje és nevoeiro... É a Hora! Valete, Frates.

Localização na obra

O poema “Nevoeiro” é o último poema da Mensagem. Enquadra-se na terceira parte do livro, dedicada ao Encoberto e vem no seguimento dos outros poemas da secção “Os Tempos”. Ao longo desta série de cinco poemas Pessoa descreve, metaforicamente, desde um passado remoto a um futuro ainda sem data, a evolução de Portugal.

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra, Define com perfil e ser Este fulgor baço da terra Que é Portugal a entristecerBrilho sem luz e sem arder, Como o que o fogo-fátuo encerra. Ninguém sabe que coisa quer. Ninguém conhece que alma tem, Nem o que é mal nem o que é bem. (Que ânsia distante perto chora?) Tudo é incerto e derradeiro. Tudo é disperso, nada é inteiro. Ó Portugal, hoje és nevoeiro... É a Hora! Verso Solto Valete, Frates.

Sextilha

• Métrica: Versos octossilábicos
• Esquema Rimático: ABABBA/BCCDEEE/D • Rima: -cruzada; - emparelhada; - interpolada

Sétima

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra, Define com perfil e ser Este fulgor baço da terra Que é Portugal a entristecer-

Portugal está, para Pessoa, num estado letárgico, indefinido, como um manto de nevoeiro. É uma “crise de identidade” tão profunda, tão sedimentada, que não haverá nenhuma mudança pelo governo dos homens. Nem a guerra – mudança das mudanças – poderá demover Portugal do seu triste estado.

Brilho sem luz e sem arder, Como o que o fogo-fátuo encerra.

Como um “brilho sem luz”, Portugal vive, mas é uma vida triste e inconsequente, sem destino.

Ninguém sabe que coisa quer. Ninguém conhece que alma tem, Nem o que é

Relacionados

  • Fernando Pessoa
    735 palavras | 3 páginas
  • Ver Claro
    638 palavras | 3 páginas
  • Ha no firmamento
    1079 palavras | 5 páginas
  • danapatricia
    1965 palavras | 8 páginas
  • O Modernismo em Portugal e a L rica de Fernando pessoa
    4930 palavras | 20 páginas
  • Atividades literatura portuguesa III 1
    1589 palavras | 7 páginas
  • Mensagem
    563 palavras | 3 páginas
  • Modulo 10 de Portugues
    1975 palavras | 8 páginas
  • poema o encoberto
    431 palavras | 2 páginas
  • O encoberto - fernando pessoa
    1543 palavras | 7 páginas