Análise do Filme: Narradores de Javé
A história começa com alguns amigos, bebendo algumas cervejas e conversando. Zé, que narrava à história, comandava a cidade, era um viajante que ia à cidade, comprava as coisas e vendia para as pessoas do Vale. O filme, de Eliane Caffé, retrata a história de um povoado do Vale de Javé, situado no sertão baiano, que está prestes a ser inundado para a construção de uma enorme barragem. Diante dessa situação terrível, a comunidade se reúne para discutir diversas formas de como resolver o problema. De acordo com os moradores o ideal seria preparar um documento oficial, contando todos os grandes acontecimentos heroicos de sua história, justificando sua preservação, ou seja, o importante é provar para "todos" que o local abriga um patrimônio que não pode ser perdido e, por causa disso, decidem escrever os feitos da história de Javé, na esperança de impedir o tal desastre. Mas na vila só tem analfabetos, a primeira tarefa seria encontrar alguém que consiga retratar os acontecimentos. O principal candidato a realizar essa missão era o antigo responsável pela Agência de Correios do povoado, o famoso e odiado Antônio Biá, o único do vilarejo que sabe escrever. Para salvar Javé, o povo decide chamar Antonio Biá, que havia se isolado do povoado devido às cartas que havia escrito no passado ofendendo as pessoas. O povoado irá permitir a volta de Antonio se este escrever um livro com histórias que façam com que os engenheiros que irão construir a barragem acreditem que Javé é uma cidade de valor. Escrever a história de Javé e salvá-la do afogamento é a sua oportunidade de se redimir diante da população. Mas para isso, precisa colocar por escrito os fatos que só são contados de boca a boca, de pai para filho. Surge, desde então, uma problemática disputa entre a história oficial e a história oral, incluindo, desta forma, a presença da oralidade e escrita no filme, assim como as tradições e culturas. O escriba Antônio Biá, vai conhecendo