Analise do filme “Narradores de Javé”.
Alto Paraíso de Goiás
Analise do filme: “Narradores de Javé” de Eliane Caffé.
Daiane de Lima Canabarro
O filme conta a história de um povoado distante no interior da Bahia que esta para ser inundado para a construção de uma hidrelétrica. Os moradores descobrem que a única maneira de salvar a cidade é lhe atribuir valor para que ela seja tombada como patrimônio histórico e assim salvar os seus lares. Porém a sua história estava baseada na oralidade, ou seja, na história contada de pai para filho e que na maioria das vezes carecia de veracidade. Como diz o ditado popular: Quem conta um conto aumenta um ponto. E assim era no vale de Javé.
A narrativa mostra a dura realidade que exclui os mais humildes em detrimento do progresso, implícita nas histórias dos moradores, esta a exclusão social e a pobreza que condena as pessoas ao esquecimento, não só físico como também o esquecimento moral.
Ao contar a história de sua cidade, os narradores mostram a verdadeira importância da narrativa oral na construção da identidade de um povo.
Para registrar essa história o povo escolhe Antonio Biá, o ex- carteiro da cidade, que era o único “escrivão” num povoado de analfabetos.
Apesar do cinema sempre atribuir ao povo nordestino uma realidade de pobreza e analfabetismo o filme mostra um povo sábio que sabe contar a sua história, que tem conhecimento e discernimento, em uma terra quase esquecida que transforma seus moradores em protagonistas de sua própria história, onde o passado vivo na memória de cada um leva a uma viagem ao universo particular
desses criativos narradores e remete o espectador a cultura nordestina, a maneira como são contadas as histórias, lembram os cordéis e os repentes, formas muitos utilizadas pelos artistas da região para registrar sua cultura.
Antonio Biá é o fio condutor dessa história, primeiramente ouvindo os relatos dos moradores com o objetivo de escrever a “Grande história do Vale de Javé” que