Análise do conto "atrás da catedral de rouen" de mário de andrade
O conto “Atrás da Catedral de Ruão” , do escritor Mário de Andrade, está aqui analisado em seis páginas, resultando em um breve ensaio embasado na psicologia que se encontra intrínseca especialmente neste conto. A psicologia é encontrada em boa parte das obras deste escritor e, como não seria diferente em seu novo conjunto de contos intitulado “Contos Novos” , Mário usufrui da literatura para expor um caso típico de conflito entre as decisões que a personagem principal do conto deve tomar para resolver de vez uma curiosidade e ao mesmo tempo necessidade de mundo que a vem assolar. Uma dinâmica entre o moralismo e os instintos é, de fato, desenrolada até o final da narrativa. Primeiramente, o narrador apresenta-se como onisciente neutro, isto é, este tipo de narrador, segundo Norman Friedman, relata os fatos pela sua própria voz, porém não interfere no processo evolutivo da narrativa. Embora a nomenclatura “onisciente neutro” passe uma imagem de absolvição total da história, deve-se desconsiderar esse pré-conceito. O narrador onisciente neutro deste conto conhece a vida de cada uma das personagens. A personagem principal da narrativa chama-se Mademoiselle, professora de francês, há trinta anos residente no Brasil, com 43 anos de idade, é uma senhorita que preza pelo conservadorismo tanto na vida profissional como na pessoal (até certo ponto da estória). Relatada pelo narrador logo de início como uma “quarentona” , a personagem sustenta o estereótipo de uma educadora firme para com suas alunas, até porque a disciplina que a mesma ministra, a de língua francesa, era considerada um símbolo de importância para a sociedade da época, e, claro, sustentaria também a “pose” que a personagem havia construído com o passar dos anos aqui no Brasil. As personagens coadjuvantes da narrativa são Alba e Lúcia, que são alunas de francês de Mademoiselle. Adolescentes estas possuem uma vida construída através da alternação