Análise Deus de Caim
Ricardo Guilherme Dicke nasceu no município de Chapada dos Guimarães. Formado em filosofia, artista plástico nato, poliglota (falava seis idiomas), casado, pai e avô, em 1968 Dicke estreou no mundo da literatura com “Deus de Caim”, obra que foi uma das vencedoras do Prêmio Walmap, em torno do qual gravitavam grandes escritores; essa conquista foi referendada por um júri composto entre outros por Jorge Amado e Guimarães Rosa.
Em 2004, o reitor da UFMT Paulo Speller concedeu o título de Doutor Honoris Causa ao escritor chapadense Ricardo Guilherme Dicke.
Dicke não ocupou nenhuma das 40 cadeiras reservadas aos imortais da AML, mas independentemente disso, construiu uma obra que todos os mortais devem reconhecer como referência da literatura mato-grossense.
Nunca a literatura mato-grossense ganhou tanto, quando Dicke se lançou no mundo literário. De igual modo jamais perdeu tanto quando de sua partida. Sua obra é o melhor legado da figura humilde, discreta, de voz pausada, sempre disposto a ouvir. Foi o escritor mato-grossense que melhor transportou a alma de Mato Grosso para as páginas dos livros, jornais e revistas.
Em mato Grosso os primeiros escritos são relatos, crônicas, e documentos históricos que falam sobre a natureza, os índios e os ribeirinhos sem o caráter de literatura.
Em nossos estudos sobre a Literatura Mato-Grossense precisamos entender que está é entendida como “textos escritos por autores que nasceram em Mato Grosso ou nele residem, ou tenham residido, contribuindo para o enriquecimento da cultura do estado (MAGALHÃES apud LEITE 2005, p. 233).
Pela historia de vida e obra de Ricardo Guilherme Dicke podemos afirmar que este autor é participante da Literatura Mato-Grossense, pois em suas obras evidencia-se pela linguagem, traços culturais locais, presente e passado o estado de Mato - Grosso.
Para compreendermos a obra Deus de Caim é necessário primeiramente discutirmos alguns conceitos importantes