Análise de Tristão e Isolda
538 palavras
3 páginas
O romance Tristão e Isolda, sob a pena de Joseph Bédier, é um relato mítico do amor impossível. Na sua contextualização, a obra retrata o tema da triangulação amorosa existente entre o rei Marcos, seu sobrinho Tristão e a princesa Isolda. Já se vê nas linhas propedêuticas do episódio medieval que o final da história de amor seria trágico, que terminaria em desgraça. E é exatamente o que acontece, a solução existencial para o problema dos jovens amantes Tristão e Isolda é a morte - tema tão amplamente valorizado em toda literatura romântica. Pode-se dizer que todas as centenas senão milhares de obras literárias da Modernidade que tratam da questão do mito do amor impossível, têm como paradigma este episódio poético da Idade Média européia. A história é simples: o rei Marcos precisa casar, seu sobrinho de encarrega da tarefa de buscar a noiva para o seu casamento. De volta de terras distantes com a jovem que seria desposada pelo rei, em uma embarcação, Tristão e Isolda, a futura esposa de seu tio, tomam uma bebida mágica preparada pela mãe de Isolda, uma espécie de feiticeira à moda medieval, e a partir deste momento seus olhos se fecham para a realidade e eles se enamoram fervorsamente. Na tessitura da obra, percebe-se que o autor encontra "mil e uma maneiras" de fazer com que o casal trangressor estejam sempre juntos, através de subterfúgios os mais variados possíveis e imagináveis e, sobretudo, altamente inverossíveis, como é caso, por exemplo, do episódio em que o cavaleito Tristão se passa por mendigo e não é reconhecido pelo tio (há algo semelhança deste relato na cinematografia moderna no tocante aos super-heróis Batman, Zorro, Super-Homem e tantos outros que usam um pequeno disfarce e não são reconhecidos pelos outros que o cercam.
..). Aliás, é a questão da inverossimilhança que alimenta toda a atmosfera por que gira o episódio poético. Por mais que um acontecimento inesperado e anos-luz distante da realidade se nos configura sob a pena do autor mais nos