Tristão e isolda
O romance de Tristão e Isolda – versão escrita por Béroul, na França, no século XII – teve a sua origem na lenda celta do século IX dos jovens que, de tanto amor, morreram de tanto amar.
Este texto medieval que novecentos anos depois de ser escrito ainda encanta e aguça a mente de estudiosos – críticos literários, historiadores e antropólogos –, que desejam estudar e teorizar determinados aspectos da obra.
Um ponto de relevância no estudo de Tristão e Isolda é a presença de elementos da cultura celta que permeiam todo o texto, principalmente no que se refere a personagem Isolda, a Loura, princesa celta que é dada em casamento ao Rei Marcos da Cornualha e que vive uma intensa paixão com Tristão, sobrinho do rei e melhor cavaleiro do reino.
Os elementos da cultura celta presentes na obra – principalmente aqueles que dizem respeito a condição feminina –, podem ser analisados à luz da crítica feminina que é um instrumento analítico útil para o leitor/estudioso do século XXI, pós movimentos feministas radicais, compreender o comportamento da Mulher/Rainha Isolda, a Loura que tanto diferia das rainhas da sociedade medieval cristã.
A representação literária da Mulher/Rainha Isolda, a Loura será o objeto de análise nessa leitura da obra de Béroul.
Essa análise – não só da representação literária da personagem Isolda, a Loura –, dos elementos da cultura celta presentes na obra serão norteados pela crítica feminina, que, aliada aos Estudos Culturais, permite uma leitura mais abrangente da obra principalmente no que diz respeito ao estudo da personagem feminina e sua trajetória na obra literária.
A análise da representação feminina em Tristão e Isolda centrada na personagem Isolda leva o leitor a uma maior compreensão dos aspectos da cultura celta presentes na obra. Esses aspectos culturais são melhor analisados pelo viés da crítica feminina que, permite ao estudioso como ao leitor, uma outra visão dessa narrativa medieval. Visão esta que traz à tona