Análise de poemas de Bocage e Marquesa de Alorna
Marquesa de Alorna e Bocage
Literatura Portuguesa II
O presente trabalho visa uma comparação entre poemas da Marquesa de Alorna e Bocage, escritores de um mesmo período, mas com características distintas. Tomemos como tópicos principais de análise a influência que as experiências de vida dos autores causaram e o uso que fizeram de suas obras.
Leonor de Almeida Portugal é filha de nobres aristocratas cuja família é acusada de traição, perseguida pelo Marques de Pombal. Com apenas 8 anos, Leonor é encarcerada no convento de Chelas, junto da mãe e da irmã. Ali, começou seu interesse por literatura e suas primeiras obras, sob o pseudônimo de Alcipe. Tais circunstâncias suscitaram seus ideais de liberdade e justiça. Seu pai, preso no Forte de Junqueira, notando o interesse da filha por poesia, recomenda-lhe que evite o tema amoroso, por ser inadequado a uma mulher. Quando sai do convento, após 18 anos de cárcere, casa-se com o Conde de Oyenhausen e vai morar em Viena. Aqui começa um período de viagens frequentes, contato mais aberto com a sociedade e familiarização com o romantismo. Podemos dizer que começa o mundo adulto e seu ponto de vista é modificado. Há uma maior inserção sua no mundo masculino e político da época. Com a morte do marido, sua vida retorna à dificuldade, sofrendo exílio mais uma vez. Retorna a Lisboa e funda a Sociedade da Rosa, recebendo intelectuais em sua casa. Este ato, despertando desconfiança, provoca seu exílio e, mais uma vez, sua solidão e sentimento de injustiça permeiam suas poesias.
Suas primeiras produções de dentro do convento são os sonetos, que tratam principalmente da solidão, com certo cunho romântico. A poesia aqui é um instrumento de fuga, onde as perseguições que tanto sofre na realidade não a atingem. No soneto “Feito na cerca de Chelas”, a autora sonha com a luxúria inalcançável, anseia pela morte, lamenta-se pelas injustiças que sofre, pelas desventuras de sua vida. Nesta mesma