Análise de para além do princípio do prazer

3246 palavras 13 páginas
A teoria psicanalítica freudiana é fortemente marcada por um modo de pensamento dualista. Em 1920, quando é publicado Para Além do Princípio do Prazer, Freud nos apresenta mais um par de opostos: pulsões de vida e pulsão de morte. Essa concepção de pulsão é nova em suas obras, pois quando o autor escreve seu primeiro relato sobre as pulsões, as oposições que existiam eram entre as pulsões sexuais e as pulsões de autoconservação (ego). No texto A pulsão e seus destinos, Freud (1915) define pulsão como um conceito que se situa entre o mental e o somático, é a divisa dos estímulos que estão dentro do organismo e que atingiram a mente. Pulsão é um conceito limite entre o psíquico e o somático, é a presença do corporal no psíquico e do psíquico no corporal. Dessa maneira podemos entender esse conceito como sendo algo que pertence tanto ao somático quanto ao psíquico, mas que também não pertence a nenhum dos dois. É uma concepção de ruptura, descontinuidade e divisão. Quando há essa divisão no ser vivo é que ele torna-se humano. Faz-se indispensável ressaltar, como bem aponta Garcia-Roza (2009), que devemos nos ater a uma leitura cuidadosa do texto para não cair em equivoco e confundir a pulsão com o representante da pulsão e, da mesma maneira, não identificar como igual a pulsão enquanto representante de algo físico. Como explicitado acima, há sempre uma dualidade que marca a teoria freudiana, pois há um privilégio das relações das coisas sobre as mesmas, que sempre pressupõe que a relação é primeira. Nesse sentido de oposições, as pulsões dividem-se, primeiramente entre pulsões do ego e pulsões sexuais, sendo estes seus destinos. As pulsões de autoconservação possuem caráter muito mais instintivo do que pulsional, mas para Freud essa conceituação foi pustulada mais como hipótese do que como verdade. Para entender a diferença substancial entre os dois tipos de pulsões, segue trecho de Garcia-Roza (2009):

A diferença básica entre os dois tipos

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