ED De PSICANALISE
Fortaleza – Ce
2013
O que pode ser entendido como cura na experiência analítica?
A partir dos textos estudados podemos dizer que a análise produz efeitos curativos, mas logo esta não pode ser comparada com o modelo médico, pois em psicanalise não existe um conceito psicanalítico de cura e nem um fim em si, para o psicanalista. Logo a cura é um valor imaginário.
Quando o paciente busca a analise ele visa à eliminação desse sofrimento (sintoma), chega com uma falsa imagem da cura, relacionando esta ao modelo médico, ainda mais o psicanalista não pode fazer caminho à busca final dessa cura fazendo dela o objetivo final da analise. Todo sujeito que procura uma análise para se curar de um sintoma, o faz a partir da crença de que o sintoma tem um sentido e de que esse sentido pode ser decifrado. Lacan define que o sintoma vem do real para nos orientar na buscar sobre a cura na psicanálise.
O sintoma é, portanto, uma satisfação que não é reconhecida enquanto tal — podemos dizer, com Lacan, que é um gozo, um gozo apresentado de outra maneira: disfarçado, escondido. Lacan parte da constatação de que algo no sintoma é incurável e introduz outra maneira de pensar a definição da cura na psicanálise, na medida em que demonstra que curar-se de um sintoma não significa liberar-se dele, mas, ao contrário, significa identificar-se a ele, o que pressupõe que um analisante possa, no fim de sua análise, possa reconhecer, no sintoma, aquilo que lhe é mais próprio, mais singular, fazendo dele um outro uso, um saber lidar com o gozo. Trata-se de fazer com o sintoma um novo arranjo, um outro laço a partir do qual o sujeito terá acesso a um gozo que lhe permita viver melhor.
Na concepção psicanalítica dos sintomas é, um concepção positiva pois eles exprimem um movimento positivo do EU para desembaraçar-se de um sofrimento intolerável, diferente do modelo médico ao querer suprir o sintoma, nós nos serviremos dele como uma via