Análise de Hamlet
Fernanda Elaine Cavalari Pereira
Piracicaba - Outubro 2013
William Shakespeare (Stratford-upon-Avon, 1564-id, 1616), poeta, dramaturgo e ator, é hoje considerado pelos estudiosos e críticos literários um dos maiores, se não o maior nome da dramaturgia e da poesia mundial. Shakespeare escreveu pelo menos 38 peças, entre dramas históricos, comédias e tragédias, das quais se destacam Romeo and Juliet (1594), Hamlet (1599-1600), Othello (1603), King Lear (1605) e Macbeth (1606). A densidade psicológica de seus personagens, o apuro linguístico e a profundidade com que descreveu a condição humana garantiram a Shakespeare a universalidade de uma obra que tem fascinado e cativado leitores há mais de quatro séculos. (O’SHEA, José Roberto. Int.: O Primeiro Hamlet In-Quarto de 1603)
A tragédia ‘Hamlet‘, uma das primeiras de uma grande série de tragédias escritas por Willian Shakespeare, produzida entre o final do século XVI e início do século XVII, não possui uma definição exata de quando foi escrita. Baseada na lenda de Amleto de Saxo Gramaticus (século XIII) e tendo uma forte influencia da peça ‘Uma Tragédia Espanhola’ de Thomas Kyd (1592), Hamlet além de ser a peça mais longa de Shakespeare, é considerada a mais forte e influente em língua inglesa, estando no topo da Royal Shakespeare Company desde 1879. A tragédia foi escrita para o Lord Chamberlain’s Men, e tendo seu sucesso influenciado Machado de Assis, Goethe, Dickens e Joyce, é considerada uma obra rica, aberta, perfeita e universal.
É notório que a tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca, de William Shakespeare, vem a ser o texto mais frequentemente analisado de toda a literatura ocidental. O que não é notório, absolutamente, é que existem três Hamlets – a saber, o Primeiro in-quarto (Q1) (1603), o Segundo in-quarto (Q2) (1604-5) e o Fólio (F) (16023) – fato relevante que incide sobre questões de escritura, reescritura, adaptação e encenação. De acordo com a