graduada
PSICANÁLISE E LITERATURA
UM DIÁLOGO POSSÍVEL
[2011]
Jackeline Martini de Carvalho Souto
Professora Tutora de Educação a Distância da Universidade Federal Rural de Pernambuco(UFRPE). Psicóloga graduada pela Universidade Federal de Alagoas -UFAL. Mestranda do Programa de Pós Graduação em Psicologia Clínica (CAPES 4) da Universidade Católica de Pernambuco-UNICAP.
E-mail do/a autor(a): jackeline.martini@hotmail.com RESUMO
Este artigo pretende analisar a obra Hamlet, Príncipe da Dinamarca do escritor inglês William Shakespeare, buscando embasamento teórico nos escritos da psicanálise, tentando explicitar algumas questões relacionadas ao pai (entendido, aqui, como pai da realidade) na neurose obsessiva, e traçar um paralelo com caso do Homem dos Ratos (1909) de Sigmund Freud (1856 -1939), com o fim de identificar o lugar que este pai exerce nessa estrutura.
Palavras-chave: Hamlet, Shakespeare, Neurose Obsessiva, Trágico e Psicanálise.
Hamlet, o Príncipe das tragédias?
Escrito por volta de 1600, logo após a morte do pai de Shakespeare segundo Georg Brandes², a obra de Hamlet tem suscitado analises e interpretações desde sua primeira apresentação. Intelectuais de renome como Joyce³ e Goethe4 vêm buscando analisar e compreender a tragédia shakespeareana ao longo do tempo. Alguns autores da psicanálise também contribuíram na discussão desta que é considerada por muito críticos como a obra mais completa de William Shakespeare. Sigmund Freud cita esta tragédia em 23 de seus textos, o psicanalista francês Jacques Lacan em 1959 proferiu um seminário que mais tarde se tornaria o livro Hamlet por Lacan, e Ernest Jones, o ilustre seguidor de Freud, em 1949 também lançou um livro intitulado: Hamlet and Oedipus sobre a tragédia de Shakespeare.
Hamlet é o distinto príncipe da Dinamarca, um jovem universitário apreciador de livros, comunicativo que após a morte de seu pai (assassinado), se vê as voltas com o fantasma do mesmo