Análise de filmes
RELAÇÃO DE FILMES: ▪ CRISE É O NOSSO NEGÓCIO – UMA HISTÓRIA DE MARKETING E POLÍTICA NA BOLÍVIA (Direção: Rachel Boyton – 2003); ▪ A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA – (Direção: Kim Bartley e Donnacha O’Brian – 2002) ; ▪ PERSÉPOLIS (Direção: Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud – 2007); ▪ PEÕES (Direção: Eduardo Coutinho – 2004).
RESUMO 01 – CRISE É O NOSSO NEGÓCIO.
O filme “Crise é o nosso negócio” (do original, “Our brand is crisis”), dirigido por Rachel Boyton, é um fascinante relato de como uma empresa de consultoria política americana (Greenberg Carville Shrum - GCS), com vasta experiência em campanhas de eleição (a mesma que levou Bill Clinton ao primeiro mandato), é contratada para “salvar” a candidatura do ex-presidente Gozanlo Sánchez de Lozada – o “Goni” a um novo mandato à presidência da Bolívia.
Filho de um exilado político, “Goni” foi criado em Washington e retornou ao país natal pelo viés da política, tornando-se Presidente da Bolívia num período, e com um discurso bem próximo ao de Collor no Brasil. A promessa de um futuro globalizado, com a Bolívia integrada à nova ordem mundial, seduziu o bolso da oligarquia local e os corações miseráveis de um povo isolado pela pobreza.
O desastre do mandato privatista de “Goni” resultou num fracasso tremendo, com altos índices de desemprego e um retorno ao exílio. Anos depois, “Goni” retorna à Bolívia com a pretensão de voltar ao poder. Como adversários, encontra o populista, e acusado de corrupção, Prefeito de Cochabamba, Manfredo Reyes, e no finalzinho o líder nacionalista Evo Morales. Os obstáculos na corrida presidencial são imensos: dois adversários fortes, um passado condenável e um país desesperançado. Pior ainda “Goni” tem um sotaque terrível de turista americano e uma arrogância inata.
Quando Rachel Boynton começa a registrar o trabalho da GCS (a matriz americana de Duda Mendonça), estamos a cem dias das eleições. Goni (o apelido do ex-presidente que