análise da conversação
MARXISMO, EDUCAÇÃO E EMANCIPAÇÃO HUMANA
11, 12, 13 E 14 de abril de 2011 – UFSC – Florianópolis – SC - Brasil
Emancipação e Educação em Marx:
Entre a emancipação política e a emancipação humana
Vilson Aparecido da Mata ∗
(Universidade Federal do Paraná)
Resumo
Partindo da análise de dois textos marxianos: “Glosas Críticas Marginais ao Artigo ‘O
Rei da Prússia e a Reforma Social’, de um prussiano” e “Sobre a Questão Judaica”, este trabalho pretende discutir o problema do discurso da emancipação pela educação. A Emancipação, para
Marx, possui duplo caráter: por um lado, é emancipação política e, por outro, emancipação humana. Na emancipação política não há ruptura com a propriedade privada e a alienação do trabalho. A parcialidade da liberdade regulada e limitada pelo capital aparece como universalidade fictícia, porque cinde o homem em indivíduo, de um lado, e cidadão, de outro. É uma liberdade ilusória e abstrata, que não supera as relações sociais capitalistas. A emancipação humana não pode realizar-se em tal relação social, pois ela é transformação qualitativa e não pode prescindir da ruptura com a essência do capital. Quando se defende a emancipação, mas não se questiona a ordem social que aliena, manifesta-se uma intenção moral que não liberta o ser humano. Ao não desenvolver suas capacidades, seus sentidos, sua corporalidade, sua cognição, o homem não deixa de ter capacidade de produzir, mas deixa de ter capacidade de compreender. Neste sentido, a educação aparece como uma espécie de redentora. Conforme o pensamento educacional atual, formação técnica e a capacidade de trabalho do homem seriam o caminho pelo qual a alienação poderia ser superada e a luta pela emancipação efetiva teria seu início. Contudo, a educação é uma manifestação da estrutura de parcialidade elevada à condição de universalidade abstrata das relações de produção capitalistas. Ao mesmo tempo em que, sem
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