Após a leitura do livro, pode-se relacionar a temática do livro á conceitos da urbanização da cidade do Rio de Janeiro no século XIX e XX e que ainda repercute nos dias atuais. Ao longo do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, houve uma grande mudança no cenário nacional devido ao grande contingente de imigrantes que ingressou no país e ao desenvolvimento de um novo seguimento social: a classe operária, proveniente do começo do processo de industrialização no Brasil. Pode-se levar em conta também o contingente de negros alforriados na sociedade no final do século XIX. Em 1890, apenas 54% da população no estado era carioca, os outros 48% da população eram compostos por imigrantes estrangeiros e de outras regiões do país. Com esse grande crescimento populacional em um curto período de tempo não houve como o governo oferecer assistência e infra-estrutura á estas pessoas, gerando uma crise habitacional. Não existindo moradias suficientes, a conseqüência foi o surgimento de habitações populares chamadas popularmente de cortiços. Sua localização estava estreitamente relacionada á proximidade com os centros onde havia uma maior oportunidade de emprego ou em regiões periféricas, onde se desenvolviam as atividades industriais e agrícolas (como os cafezais); além de baratear os custos ligados ao transporte para essas áreas. Se esse tipo de moradia tinha suas vantagens, havia também as desvantagens. Neste ambiente não havia o mínimo de privacidade e limpeza além de uma rede sanitária incipiente favorecendo assim a proliferação de doenças que não eram tão comuns neste meio como a febre amarela. Podemos relatar como causa desta o problema a distribuição da concentração mobiliária, motivada pelo fato de a procura ser maior que a oferta, ou seja, encarecendo os imóveis e não permitindo acesso das massas, agravando a problemática da questão habitacional. A partir daí surgiram pessoas dispostas a investir nessa área, como é o caso no livro de João Romão