Análise Crítica de "O Cortiço"

1736 palavras 7 páginas
Síntese da Obra

O romance não se concentra em uma personagem apenas, mas narra inicialmente a saga de João Romão, um português comerciante, ganancioso e avarento em busca do enriquecimento. Para acumular capital, ele explora os empregados e se utiliza até do furto para conseguir atingir suas metas. João Romão é o dono do cortiço, da taverna e da pedreira. Sua amante, Bertoleza, uma escrava fugida a qual o comerciante português forjou sua carta de alforria, o ajudava de domingo a domingo, trabalhando sem descanso. Em oposição a João Romão surge o Miranda, português que possui condição social elevada e morava num sobrado luxuoso vizinho ao cortiço. Este é o causador da inveja do taverneiro. Devido a isso, João Romão trabalhava ardorosamente, privava-se de todo luxo, só gastava em coisas que o faziam ganhar mais dinheiro, e ainda tinha Bertoleza que trabalhava de graça para ajudá-lo. Um fato muda a perspectiva do dono do cortiço. Miranda recebe o título de barão, logo o taverneiro percebe que não basta ter dinheiro, é necessário ostentar uma posição social reconhecida, freqüentar ambientes requintados, adquirir roupas finas, ir ao teatro, isto é, participar ativamente da vida burguesa. No cortiço, paralelamente, estão os moradores de menor ambição financeira. Destacam-se Rita Baiana e Capoeira Firmo, Jerônimo e Piedade, e Pombinha. Dois exemplos de como o romance procura demonstrar a má influência do meio sobre o homem é o caso do português Jerônimo, que tem uma vida exemplar até cair nas graças da mulata Rita Baiana. Opera-se uma transformação do português trabalhador, forte e honesto em um brasileiro preguiçoso e malandro. Graças à sua atração pela mulata, Jerônimo briga com Firmo, namorado de Baiana, é esfaqueado e vai para o hospital. Após sair de lá, embosca Firmo com a ajuda de dois amigos e o mata a pauladas, jogando o cadáver no mar. Depois disso, Jerônimo separa-se de Piedade e fica com Baiana. Outro caso é o de Pombinha, descrita como a flor do

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