análise crepúsculo sertanejo castro alves
O poema “Crepúsculo Sertanejo” é um exemplo completo de poesia da natureza. Neste poema todos os elementos vivem, Castro Alves elabora um cenário que descreve perfeitamente a paisagem com pinceladas naturalistas, ou seja, objetos representados numa cena natural com exatidão como a própria natureza em si presente em toda a poesia, ao elemento “estrela” presente no verso 18, à “floresta” presente no verso 19, entre muitos outros elementos.
O eu-lírico descreve bem um cenário típico do sertão, com plantas como “heras, cardos” no sétimo verso e outras descrições de uma vegetação rasteira como no oitavo verso “As trevas rasteiras com o ventre por terra [...]”. Por vezes este cenário até parece pantanoso em nosso conceito, pois é composto por “águas barrentas” como se vê no primeiro verso e essas trevas vão parasitando, manifestando-se cada vez mais na poesia.
O poema começa numa tarde logo no primeiro verso “A tarde morria!” e termina de noite como se vê no verso 23: “Cobria a cabeça co’as penas da noite!”. Nota-se também que no poema não existe um elemento mais importante que o outro, todos compõem um conjunto, do maior ao menor: “Do átomo – à estrela... do verme – à floresta!...”.
Além de bem representada visualmente essa natureza estética de Castro Alves, há uma certa musicalidade típica do ambiente descrita pelo eu-lírico, há uma captação plástico-musical do ambiente" como percebe-se em versos como o 13º: “Em músico estalo rangia o coqueiro”. Elementos musicais encontram-se também no quinto verso “chorar de arapongas”, este chorar pode estar ligado à música como à um “chorar do violino”, e não ao ato/verbo de chorar tão conhecido. Encontramos ainda no 16º verso o termo “orquestra”.
Neste poema quem possui o poético tem a habilidade de escutar essa orquestra misteriosa de sons presente na natureza nesta mudança repentina, enquanto outros talvez não fossem capazes de perceber como se observa no 13º verso: “Talvez – um