Antropologia
Faculdade de Psicologia
Curso de Psicologia
Disciplina de Antropologia
Síntese- “A justiça de um homem”
Belo Horizonte
2014
O etnocentrismo, sendo um fenômeno universal, muitas vezes se apresenta de forma imperceptível nas mais variadas culturas/sociedades, devido à maneira como esse fenômeno se internalizou nas pessoas e foi enraizado em meio ao processo de socialização.
Tal fenômeno é retratado claramente no filme "A Justiça de um Homem", onde se evidencia a questão do "razoável" aplicado às crenças que compõem determinada cultura baseado em um ponto de vista divergente em que este é tido como superior, portanto, apto a julgar, exatamente como acontece da parte do juiz em relação a cultura de Sipho, já que o mesmo a considera inferior, primitiva e menos relevante que a sua.
Outros exemplos presentes no filme permeiam a questão do etnocentrismo, principalmente se traçado um paralelo com a nossa realidade. Como a reação da advogada negra criada como anglicana, ao ser indagada sobre uma questão religiosa da África, colocando também a questão dos estereótipos raciais. E a afirmação do promotor ao dizer que os estudos eliminam superstições, ou seja, coloca o científico acima do religioso/místico.
A defesa do homicídio é concebida com base na relativização da cultura Zulu, por parte de Sean, que para saber mais a respeito da crença (Ticoloshe) de Sipho, participa de rituais, ouvindo seu povo, suas razões e idéias, isso a princípio partiu de uma necessidade pessoal gerada por acontecimentos sociais, desse modo, nota-se as interligações sutis existentes. E o fato de não poder julgar uma fé em si, mas apenas o ato, confere legitimidade às crenças, mas ao mesmo tempo a delimita priorizando valores universais, como a ética e o direito à vida, tomando como exemplo Hitler e Stalin (ambos cometeram atrocidades em nome de crenças pessoais), levando em conta a imprudência e não as crenças.
De modo geral, o