Antropologia
A Antropologia e a questão colonial: o colonialismo e a percepção do ‘outro’, etnocentrismos e xenofobias; as questões étnicas e raciais; conflitos e integrações; direitos do homem e modalidades de cidadania nas relações internacionais.
Programa:
A Antropologia é filha de encontros culturais e viagens. Mas esses encontros e viagens não aconteceram ao acaso. Relações de poder entre culturas estabelecidas na expansão e redefinição de impérios são pressupostos da Antropologia. Missionários, administra-dores coloniais e representantes de companhias comerciais foram alguns dos primeiros agentes do conhecimento sobre povos estranhos, antes do surgimento da Antropologia como disciplina universitária. Esta é uma das faces.
Antropólogos são profissionais ligados a universidades e institutos de pesquisa que, na sua origem, foram incentivados e beneficiados com fundos de Estados e instituições que tinham interesses políticos, econômicos e ideológicos para os quais o conhecimento de povos ou grupos estranhos era fundamental. Estados e instituições continuam a incentivar a Antropologia, no entanto, os antropólogos foram obrigados a promover a autonomização de suas práticas dos interesses imediatos de Estados e instituições, caso contrário, não teriam qualquer legitimidade para a constituição de um campo de conhecimento, baseado em métodos científicos. Para ser uma disciplina humanista, a Antropologia precisou garantir a ideia de que seu único compromisso é com o conhecimento, que deve estar fundado no princípio ético de que não servirá a qualquer tipo de subordinação ou estigmatização dos povos ou grupos estudados.
Antropólogos foram e são especialistas no conhecimento de povos estranhos. Para isso são formados para o domínio de teorias e métodos de pesquisa - sobretudo a etnografia – para que possam ingressar no universo mental dos povos ou grupos estudados. Para compreendê-los é necessário saber como pensam e pensar com eles, para assim evitar a perspectiva