antropologia
1. Noção de habitus, sua apropriação por Bordieu e relação com subjetivismo e objetivismo.
Bordieu constrói seu arcabouço teórico centralizando no conceito de habitus e campo. Essa construção se dá por conta da insatisfação com os autores existentes, onde através do objetivismo desenvolverá a noção de habitus.
O objetivismo busca reconstruir as práticas individuais, na qual toda ação social vai ser deduzida dos atores sociais. As relações sociais então em detrimento do sujeito, que estão reduzidas a um conjunto de normas ou estruturas. Já no subjetivismo o sujeito é que determina as relações sociais.
As relações postas em uma sociedade se articulam de duas maneiras, objetivamente como campo e subjetivamente como habitus. A noção de campos faz referencia aos espaços objetivos entre os atores, que se relacionam de maneira diferente segundo uma distribuição desigual dos recursos tanto materiais como simbólicos. A noção de habitus está ligada as estruturas simbólicas subjetivamente internalizadas na organização e na execução das atividades, moldando assim a forma de agir, pensar, sentir, interpretar do individuo.
Para Bordieu a componente central para repensar a relação individuo – sociedade é o poder, não seria mais uma relação simétrica. Mas essa relação também se dará em função da criatividade e das ações dos atores.
Através do conceito de habitus que ele busca compreender a dialética da interiorização e da exteriorização, onde o habitus é a mediação entre a dualidade.
Bordieu afirma que o habitus é adquirido na prática e para a prática, que é a matriz onde se gera modos de percepção e sentir. A prática é determinada pela posição do individuo no campo, campo este que é local de poder, disputa, concorrência e dominação. Já que cada campo tem seu capital específico e que tem correlação de forças dentro de campo. Pois cada ator age dentro de um campo determinado. O habitus é uma estrutura estruturante que deriva das relações entre os indivíduos