antropologia
Etnicidade, Alteridade e Tolerância
O que define um povo é sua etnia. Para além das características físicas, o que fundamentalmente individualiza um agrupamento humano é sua cultura construída em comum.
A cultura é constituída por todas as ações humanas, sejam físicas (artefatos, construções, bens, etc.) ou mentais (crenças, valores, conhecimentos, etc.). A junção desses itens formará a identidade de um povo, o que marcará sua etnia. Essa identidade é reconhecida por meio das diferenças entre os variados grupos, e a comparação de diferentes identidades é denominada de identidade contrastiva.
O processo de encontro entre duas identidades diferentes (não raro violento) é chamado de fricção interétnica. A agressão ocorre pela tendência que os grupos possuem de imaginar o “outro” como sendo inferior, o que acarreta no intolerante processo de exclusão do agrupamento subjugado.
O etnocentrismo é tido como a crença na superioridade do povo a que se pertence, seguida de um sentimento de menosprezo pela cultura que se afasta da posição cultural do observador. Quando esse menosprezo transforma-se em genocídio, tem-se o genocídio cultural, conhecido como etnocídio. Ele caracteriza-se pela aculturação de um grupo de indivíduos por outro, com sérios prejuízos aos valores tradicionais da sociedade dominada.
A tolerância apresenta-se como sendo o oposto dos regimes de exclusão étnica. Ela se baseia no reconhecimento da importância da diferença como instrumento de uma sociedade mais íntegra, fomentando o conhecimento mútuo entre as variadas etnias e apreciando a diversidade cultural. É a tolerância que fundamenta a democracia pluralista, a qual vê os diversos atores sociais como essenciais para a formação de um patamar civilizatório aceitável.