Antropologia
A antropologia cultural evolucionista desenvolveu-se no século XIX e considerava-se científica. A
Antropologia Evolucionista do século XIX não utilizava a pesquisa de campo como uma forma do antropólogo entrar em contato com a realidade social a ser estudada. De acordo com Laplantine
(2007, p. 71), o antropólogo, nesta vertente, raramente coletava os materiais do grupo cultural que estudava e, quando o fazia, a intenção era a de apenas coletar informações da cultura por intermédio geralmente de tradutores. Esta atitude é oposta ao trabalho etnográfico, que contribui efetivamente para o estudo das formas de pensar, sentir e agir de outras culturas.
A antropologia evolucionista surgiu impulsionada por uma analogia com a teoria da evolução biológica, elaborada por Charles Darwin no livro A origem das espécies, em 1859. Segundo o estudioso Castro
(2012, p.15), esta concepção antropológica tinha como intenção identificar leis uniformes de evolução, de modo a compreender que todos os diferentes e variados povos deveriam passar pelos mesmos estágios de evolução, considerados únicos e obrigatórios. Nesta vertente, os evolucionistas faziam uso dos termos “cultura humana” e “sociedade humana” no singular e nunca no plural. Os nomes mais representativos do evolucionismo clássico cultural foram Henry Morgan (1818-1881), Edward Burnett
Tylor (1832-1917) e Daniel G. Brinton (1837-1899). (2012, p.15-16).
É possível identificar, ao menos, duas características na antropologia evolucionista do século XIX
(MARCONI; PRESOTTO, 2011, p. 245-247).:
1) O Método Comparativo
O Método Comparativo comparava sociedades entre si por meio de alguns costumes, que não eram vistos como peças de um sistema de relações sociais e valores de um grupo, mas como aspectos isolados de uma cultura. Essa forma de realizar o método comparativo possibilitava criar preconceitos em relação a determinadas culturas, pois os costumes não eram inseridos no contexto