Antropologia no quadro das ciências
Quando se busca situar a Antropologia Social ou cultural no corpo das outras ciências que elas em geral tocam em dois problemas fundamentais e de perto relacionados, diz respeito ao fato de que as chamadas ciências naturais estudam fatos simples, eventos que presumivelmente tem causas simples e são facilmente isoláveis. A matéria - prima da ciência natural, portanto, é todo o conjunto de fatos que se repetem e tem uma Constancia verdadeiramente sistêmica, já que podem ser vistos, isolados e assim produzidos dentro de condições de controle razoáveis num laboratório. O problema da ciência em geral não é o de desenvolver teorias, mas o de testa-las. A simplicidade, a sincronia e a repetitividade asseguram outro elemento fundamental. As ciências sociais estudam os fenômenos complexos, situado em planos de causalidade e determinação complicados. A matéria – prima das ciências sociais assim são eventos com determinações complicadas e que podem ocorrer em ambientes diferenciados tendo, por causa disso, a possibilidade de mudar seu significado de acordo com o ator, as relações existentes num dado momento e, ainda, com a sua posição numa cadeia de eventos anteriores e posteriores. Os eventos que servem de foco ao cientista social são fatos que não estão mais ocorrendo entre nós ou que não podem ser reproduzidos em condições controladas. Tudo indica que entre as Ciências Sociais e as Ciências Naturais temos uma relação invertida, a saber: se nas ciências naturas os fenômenos podem ser percebidos, divididos, classificados e explicados dentro de condições relativos controle e em condições de laboratório, objetivamente, existem problemas formidáveis no que diz respeito à aplicação e até mesmo na divulgação destes estudos. No caso do cientista social as condições de percepção, classificação e interpretação são complexas, mas os resultados em geral não têm consequências na mesma proporção da ciência natural. Os fatos sociais são