Antropologia juridica
A Marcha das Vadias protesta contra a crença de que as mulheres que são vítimas de estupro teriam provocado a violência por seu comportamento. É um protesto criado para dizer que as mulheres são donas de seu próprio corpo e pensamento e não devem e não vão seguir regras impostas a sociedade patriarcal e ao pensamento machista como um todo. Por isso, marcham contra o machismo, contando sobre os seus proprios casos de estupro. As mulheres durante a marcha usam roupas consideradas provocantes ou vão despidas.
A origem da marcha das vadias, teve inicio em janeiro de 2011, a Universidade de Toronto registrou muitos casos de abuso sexual em mulheres no Campus. Uma aluna foi violentada por colegas da faculdade em uma festa, mas nunca chegou a dar queixa, pois muita gente dizia que ela era culpada pelo ocorrido, pelo fato de estar na festa, por estar bebendo, por se vestir diferente do convencional. Depois dos acontecimentos, um policial orientou como medida de segurança que “mulheres evitassem se vestir como putas para não serem vítimas”. Depois disso, 3.000 pessoas foram às ruas no Canadá protestar contra a culpabilização de mulheres envolvidas em episódios de violência sexual. Assim, nasceu o movimento internacional Slut Walk (em português Marcha das Vadias) que rapidamente se espalhou por dezenas de cidades no mundo.
A primeira Marcha das Vadias no Brasil ocorreu em São Paulo , em 4 de junho de 2011. Assim como no âmbito internacional, essa iniciativa repetiu-se em várias cidades como Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte, dentre outras. Nas diversas versões destes protestos contra a violência de gênero, o termo “vadia”, foi deslocado e (re) apropriado de maneira criativa ao borrar os limites normativos que constroem a figura da “mulher estuprável”. Ao saírem às ruas, mulheres e homens ao invés de dizerem: “Cuidado para não ser estuprada”, disseram: “Não estupre!”.