Antropologia Económica
Licenciatura de Antropologia
Antropologia Económica
Professor Paulo Granjo Após a leitura da obra do professor Paulo Granjo optei por analisar, no presente ensaio, um tema que está presente ao longo de todo o livro tentando sintetizá-lo na seguinte expressão “O Operário na Refinaria de Sines – Análise da Qualidade de Trabalho e do seu Valor”, ou seja, o que proponho com este ensaio é uma análise das condições em que trabalha o operário (perigos, pressões hierárquicas, horários de trabalho, entre outros), bem como uma análise da importância do operário para o funcionamento da fábrica. Assim sendo, começarei por fazer referência à obra de Paulo Granjo, utilizando também referências de obras de K. Marx e de H. Denis. Ao longo de toda a obra é possível perceber que no ambiente da refinaria se encontram quatro grupos diferentes entre si, com diferentes funções na fábrica, com diferentes posições na escala hierárquica e com diferente relação com o perigo presente no trabalho fabril. São esses grupos: os engenheiros, os chefes de turno, os operadores de consola e os operadores de exterior. Entre estes grupos são criadas fronteiras identitárias, nomeadamente entre os operadores (de consola e de exterior) e os chefes de turno e engenheiros, tal como o autor da obra refere “estamos perante dois mundos.” (GRANJO 2004: 67). Assim é introduzida a primeira questão, que surge como sendo algo que diferencia estes dois grupos identitários mas que é também possivelmente demonstrativa das questões hierárquicas presentes no contexto estudado – a questão de trabalhar ou não por turnos, “esta é, de facto, uma diferenciação fundamental, que separa profundamente os trabalhadores nesta situação de todos os outros indivíduos.” (GRANJO 2004: 73). Relativamente à questão do trabalho por turnos podemos tomar três abordagens diferentes: o seu