Antopologia
Tylor foi o primeiro a definir cultura sob o ponto de vista antropológico: como sendo todo o comportamento aprendido, tudo aquilo que independe de uma transmissão genética e procurou demonstrar que cultura pode ser objeto de estudo sistemático, pois trata de um fenômeno natural que possui causas e regularidades permitindo a formulação de leis sobre o processo cultural e a evolução.
Segundo o autor a uniformidade que tão largamente permeia as civilizações pode ser atribuída, em grande parte, a uma uniformidade de ação de causas uniformes, enquanto, por outro lado, seus vários graus podem ser considerados como estágios de desenvolvimento ou evolução...
Para Tylor a cultura é um fenômeno natural, e a natureza não é constituída de episódios incoerentes, como uma má tragédia, e nunca age por saltos, muito menos acontece sem suficiente razão (Leibniz).
Neste sentido Tylor afirma que a realidade vai muito além do físico e que a noção popular do livre-arbítrio humano envolve não somente a liberdade de agir de acordo com motivações, mas também o poder de quebrar a continuidade e de agir sem causa. Reitera ainda que ninguém negará que, como cada homem é conhecido pelas evidências de sua própria consciência, causas naturais e definidas determinam suas ações.
Após discutir as questões acima, Tylor reafirma a igualdade da natureza humana, "que pode ser estudada com grande precisão na comparação das raças do mesmo grau de civilização". Mais do que preocupado com a diversidade cultural, Tylor a seu modo preocupa-se com a igualdade existente na humanidade.
A diversidade é explicada por ele como o resultado da desigualdade de estágios existentes no processo de evolução. Assim, uma das tarefas da antropologia seria a de "estabelecer, grosso modo, uma escala de civilização", simplesmente colocando as nações europeias em um dos extremos da série e em outro as tribos selvagens, dispondo o resto da humanidade entre dois limites.
Mercier