Antonio conselheiro
Antônio Vicente Mendes Maciel cearense, surgiu no centro da Bahia e de Sergipe em 1874. Na região permaneceu por quase um quarto de século. Construiu ou reconstruiu capelas, levantou muros de cemitérios, abriu pequenos tanques d''''água, ministrou conselhos aos sertanejos. Apelidaram-no por isso Antônio Conselheiro. Não fora um menino pobre e sem instrução. Seu pai, procurou dar ao filho algum ensinamento. Seus traumas da meninice nasceram do próprio lar. Ficou órfão da mãe por volta dos cinco anos de idade. Seu genitor contraiu segundas núpcias e o menino Antônio Vicente foi maltratado pela madrasta, que morreu sofrendo das faculdades mentais.
Foi professor primário, rábula, caixeiro, amansador de cavalos. Padecera, na infância, por causa do gênio da segunda mulher de seu pai; amargurara, na mocidade, em virtude do temperamento e do modo de proceder da própria esposa, com quem casou em 1857 e tiveram dois filhos. Francisca Maciel abandonou o marido fugindo com um soldado da Força Pública. O insucesso doméstico agravou sua situação pessoal.
Chegou a ter outro relacionamento e inclusive teve um filho com Joana Imaginária (porque faz imagens). Aos poucos ele assumiu a vida de andarilho, tornando-se peregrino e pregador. Austero, ele se alimentava apenas de cereais e frutas, não dormia em cama ou rede, mas sobre uma mesa, um banco ou no chão. Vestia um camisolão azul, possuía barba e cabelos crescidos, sem asseio. Mesmo sendo rigoroso consigo, não impunha a sua prática ao povo. Recolhia donativos e os distribuía com os mais carentes, sem nada a reter para si mesmo. Não aceitava receber para si mais do que necessitava no momento. Ele não afugentava o povo, mas o acolhia na sua simplicidade e pobreza.
PENSAMENTO POLÍTICO E RELIGIOSO DE CONSELHEIRO
De formação conservadora em religião e política, ele não lutou pela volta do Império, mas se opôs, sim, à mudança do regime para a República, por dois motivos: a) religioso, respeito à autoridade