ANTONIO CONSELHEIRO EM CANUDOS
ELEMENTO REGULADOR DA RESISTENCIA DE
CANUDOS NA REPÚBLICA
1-INTRODUÇÃO
O homem demonstrou ao longo do tempo uma necessidade de fazer valer suas crenças, e seus pensamentos. Sempre preocupou em encontrar aqueles com que se identificasse, e este é um dos motivos da formação de uma nacionalidade, destaca
Lucia Lippi Oliveira (1990, p 181). É neste sentido que nasce a república no Brasil no ano de 1889. Reunidos em seus grupamentos, homens de notoriedade na sociedade, tem um único objetivo, tomar de volta da mão do rei de Portugal as
“rédeas” do país e instaurar um sistema governamental que lhes parecesse mais apropriado para o controle (principalmente financeiro) do seu território nacional.
De acordo com Michel Foucaut (1990, p 16) a história é genealogica, por isso de um mesmo fato é importante que se observe seus vários desdobramentos, e desses desdobramentos suas consequências. Com a história da república no Brasil não foi diferente. Um dos desdobramentos diz respeito a crença dos intelectuais e homens de letra da época. Eles acreditavam ser necessário mudar o governo e a imagem do
Brasil frente a outros países. Naquela época, sec XVIII, importaram várias ideias da
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Europa, entre as quais estava o darwinismo e o determinismo1. Aplicadas ao Brasil, essas teorias seriam usadas para justificar que o progresso estava atrelado a um processo de higienização racial e classicista, que propiciaria essa transformação.
Para atender as premissas republicanas era preciso transformar, fazer passar por um tipo de educação civilizacional aqueles caracterizados por José Murilo de
Carvalho (1987) como “bestializados”.
Ainda, de acordo com o autor, eram eles para os republicanos a escoria da sociedade. Mesmo que fossem hostilizados, independente de sua localização, no centro do poder, que na época era a cidade do Rio de Janeiro, tivessem eles nos recôncavos do país, especialmente se fossem ainda monarquistas, precisavam